Smart Cities e a Comunidade LGBTQIA+

Durante o mês de junho é comemorado em diversos países ao redor do globo o mês do Orgulho LGBTQIA+ (Pride Month), porém, este assunto não deveria ter tratado apenas neste mês, mas durante todo o ano, debatendo todos os aspectos e assuntos que envolvam pessoas, direitos humanos, diversidade, inclusão, respeito, igualdade, dentre outros diversos assuntos.

Apenas como mero lembrete, o mês de junho é considerado o mês do orgulho LGBTQIA+ por conta do dia 28 de junho que tem como marco internacional a Rebelião de Stonewall, acontecida neste dia em 1969 e considerada uma das rebeliões mais importantes da história, em que gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentaram a força policial como resposta a ações preconceituosas da polícia estadunidense.

Trazendo essa temática para o ambiente de pesquisa sobre Smart Cities precisamos abordar alguns aspectos que infelizmente ainda são pouco explorados, como por exemplo a inclusão de pessoas LGBTQIA+ nos espaços urbanos de modo que realmente se sintam pertencentes ao local, bem como a criação de políticas que combatam a violência e a discriminação. No Brasil, ainda há regiões com altas taxas de violência contra a população LGBTQIA+ e, infelizmente, dados como esse acabam caindo no esquecimento.

Como as tecnologias das Smart Cities podem ajudar a criar cidades mais inclusivas, seguras e diversas? Será que a tecnologia por si só resolve o problema da discriminação, da homofobia? Não acredito que seja possível, é necessário dar a devida atenção ao tema. Do que adianta uma cidade altamente desenvolvida tecnologicamente com mentalidade e preconceito do tempo das cavernas?

O mercado precisa começar a valorizar mais o tema, considerar os dados e resultados das pesquisas publicadas e realmente colocar em prática tudo aquilo se prega apenas no mês de junho. Apenas mudar o logotipo da organização com a bandeira LGBTQIA+ no mês de junho é insuficiente, as empresas e a sociedade devem se mobilizar mais intensamente. Mesmo com a criminalização da homofobia em 2019 e de acordo com um relatório produzido pelo Observatório de Mortes e Violência contra o público LGBTQIA+ lançando em maio de 2022 ainda somos, pelo quarto ano consecutivo, o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Precisamos mudar.

05/07/2022 17:22 - Wesley Alves Teixeira. Graduando do Curso de Contabilidade da FEA-USP e Pesquisador do NECIS

@sharon.mccutcheon