Paradiplomacia de Dados e os Planos Municipais de Cidades Inteligentes

A Teoria das Relações Internacionais convencionou conceituar paradiplomacia como a inserção internacional de governos subnacionais no cenário internacional. Paralelamente, a partir de várias tecnologias disruptivas decorrentes da Quarta Revolução Industrial (QRI) como o fenômeno do Big Data e os fundamentos da Ciência de Dados desafiam os atuais gestores públicos municipais, por meio da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), a realizarem um tratamento das informações e evidências para ampliarem seus horizontes na busca de investimentos em infraestrutura tecnológica e parceiros estratégicos internacionais na constituição de smart cities com o viés da sustentabilidade. Diante dessa realidade é possível apontar a paradiplomacia de dados como a relação internacional de um município fundamentada na tomada de decisão baseada em dados.


Esse tema é relevante, pois, tramita na Câmara dos Deputados, o Plano Nacional de Cidades Inteligentes (PNCI), por meio do Projeto de Lei nº 976/2021 de iniciativa de vários Deputados Federais, que, como futura lei, será o documento norteador para que os municípios brasileiros elaborem seus próprios Planos Municipais de Cidades Inteligentes, cuja proposta também contempla a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nesse sentido, uma tendência da QRI é o uso de novas tecnologias com arranjos paradiplomáticos cooperativos, como a Rede Internacional de Cidades Inteligentes da América Latina, onde se estabelece um ambiente para discussão sobre como técnicas, métodos e ferramentas ajudam os gestores públicos e projetistas de sistemas a realizar a transição das cidades atuais para aquelas de que precisamos em um mundo em mudança. 


A cooperação paradiplomática fundamentada em dados pode ser uma alternativa para apoiar o desenvolvimento de smart cities no Brasil avançando também nas metas globais da Agenda 2030, porém, é relevante que os gestores públicos estejam conectados com as novas tecnologias para as utilizarem em favor dos cidadãos e do planeta.

28/05/2022 12:22 - Prof. Msc. Tadeu Luciano Seco Saravalli - Doutorando em Ciências Sociais pela UNESP - Marília/SP e Pesquisador do NECIS

@daria.shevtsova